sexta-feira, 18 de maio de 2012

Cavalhada de Pirenópolis

Cavalhada de Pirenópolis, revivendo a histórica luta entre cristãos e muçulmanos



 Reconhecida como uma das mais significativas cavalhadas do Brasil, esta festa virou símbolo e modelo para outras cidades. A pompa e a seriedade desta manifestação envolve toda a população que espera ansiosamente por este momento.

Sua origem na Europa


  Durante a Dinastia Carolíngia, em finais do século VIII d.C., portanto há quase de 1300 anos, Carlos Magno, de religião cristã, investiu contra os muculmanos, de religião islâmica, para impedi-los de invadir o centro da Europa, em direção ao atual território francês.
Depois de cercar a cidade de Saragoça, Carlos Magno foi surpreendido pela noticia de uma revolta contra seus dominios na Saxônia. Ordenou então que suastropas retornassem ao reino Franco para reprimí-la. Na retirada, precisou defender a retaguarda de suas forças dos ataques muçulmanos. Para garantir essa proteção, foram destacados Rolando e os  chamados ; doze pares da França







   Quando ocorreu a famosa Batalha de Roncesvalles, em 778 d.C. Rolando foi massacrado pelos árabes , de religião islâmica, e também por aldeões locais, de religião cristã ( os Bascos ) que viam os francos como povos invasores
Apesar da derrota, o feito foi amplamente divulgado, como mostra de bravura e lealdade cristã, por trovadores que viajavam por toda a Europa. E ficou sendo conhecida como a "A Canção de Rolando", um verdadeiro épico, cantado em trova, como forma de incentivar a população cristã contra as investidas dos exércitos islâmicos.

Conhecidos como mouros, os mulçumanos da Mauritânia, invadiram, nos idos do século VIII, o sul da Península Ibérica, dominando a região de Granada, de onde foram expulsos somente em fins do século XV. Foram quase 800 anos de ocupação moura por quase toda a península, o que, inegavelmente, colaborou para o avanço tecnológico destas nações, uma vez que os mulçumanos árabes, propagadores do islamismo, eram mais evoluídos, do ponto de vista tecnológico, artístico e cultural, do que os cristãos da época. Os reis que resistiram a este avanço refugiaram ao norte da península e mantiveram intacta sua cultura, vindo deles a iniciativa de expulsão da soberania moura na Península Ibérica.
Incorporada ao folclore, durante séculos, a História de Carlos Magno era atração nas vozes dos trovadores e, somente em idos do século XIII, em Portugal, é que resolveu instituí-la como uma festividade, aos modos de uma representação dramática, quase que como um jogo de xadrez, a fim de incentivar a instituição cristã e o repúdio aos mouros. Num grande campo de batalha, onde de um lado, o lado do poente, 12 cavaleiros cristãos vestidos de azul, a cor do cristianismo, lutam contra 12 cavaleiros mouros vestidos de vermelho, encastelados no lado do sol nascente.

No Brasil e em Pirenópolis


  No Brasil esta representação dramática foi introduzida, sob autorização da Coroa portuguesa, pelos jesuítas com o objetivo de catequizar os indios e escravos africanos, mostrando nisto o poder da fé cristã. Por todo o Brasil encontramos as Cavalhadas sendo representada, em diferentes épocas, prova de que esta manifestação folclórica nada tem a ver, de origem, com a Festa do Divino ou a Pentecostes, como é no caso de Pirenópolis.
Introduzida em Pirenópolis em 1826, pelo Padre Manuel Amâncio da Luz, como um espetáculo chamado de "O Batalhão de Carlos Magno".

 Pirenópolis manteve forte esta tradição, inclusive porque os primeiros colonizadores desta antiga cidade mineradora eram, em sua maioria, portugueses oriundos do norte de Portugal, local onde mais se resistiu à invasão moura.







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